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Community 6×05: Laws of Robotics and Party Rights


O episódio melhor construído da temporada.


Community sempre foi vista como uma sitcom de formato inovador, que subverte todo um gênero em favor de uma estrutura diferente. Embora verdade, a afirmação desconsidera o fato de a série contar com personagens muitíssimo bem desenvolvidos, além de um elenco apurado. Por isso, é inevitável que a série sinta falta de atores como Donald Glover e Yvette Nicole Brown e sofra para apurar a química entre os novos e os antigos personagens. Assim, é natural que episódios como Laws of Robotics and Party Rights deixem novos personagens um pouco de lado e isso renda um dos melhores momentos da temporada.


O episódio, escrito por Dean Young, trata de uma nova oferta recebida por Greendale. Uma prisão em Colorado quer oferecer estudo a seus presos, e usa a faculdade liderada por Dean Pelton para isso, utilizando robôs de presença remota – iPads em varetas – para isso. O que acaba levando a uma intensa rivalidade entre Jeff e um dos presos, o condenado por assassinato Willy (Brian Van Holt). Enquanto isso, Britta tenta promover uma festa em seu apartamento para comemorar o fim das provas, mas esbarra nas rígidas regras de Annie, e acaba usando a inocência de Abed para conseguir o que quer.


Note que, ao contrário de Queer Studies and Advanced Waxing, esse episódio traz uma coesão muito maior, reunindo seus personagens em tramas que jamais soam desconexas. Isso contribui com seu sucesso, já que evita que a história se transforme em meia hora de piadas atiradas de maneira aleatória. Aliás, é algo que Community sempre fez muito bem ao longo dos anos, seja em episódios estruturados de maneira diferenciada ou em histórias “comuns”. Isso já é um desafio em qualquer série que conte com um número muito grande de personagens relevantes, e se torna ainda maior quando há desequilíbrio no desenvolvimento destes, o que acontece nos casos de Frankie e Elroy.


Mas para isso, os dois acabam ficando de lado. No entanto, a escolha se revela acertada por parte de Young, já que envolve ambos apenas em gags pontuais, utilizando o que os personagens tem de melhor. No caso de Frankie, sua personalidade dura que destoa da insanidade do restante do grupo. Já o inventor Elroy, mostra que de fato não é o “quarto ghostbuster”. É inegável que os dois ainda parecem muito distantes dos outros personagens, e que Community não dá atenção suficiente a eles para que isso seja diferente, mas a série tem se esforçado para que a presença deles seja precisa em termos humorísticos, ao menos.


Já os personagens principais são muito bem aproveitados por Laws of Robotics. A começar por Jeff, cujo egocentrismo cria uma divertida rivalidade com Willy. O humor non-sense de Community volta a aparecer nessa subtrama, que só faz sentido por se tratar da série. Tudo isso em uma inteligente sátira ao clichê de comédias românticas, em que uma pessoa se vê substituída por outra, o que culmina em uma cena em que várias revelações são feitas durante um “casamento”. Aliás, o bromance entre Jeff e Dean, que sempre foi eficaz, tem sido um dos melhores elementos dessa sexta temporada.


Essa mesma trama ainda cria uma divertida crítica social ao racismo inerente ao sistema de justiça americano, algo que tem ganhado enorme destaque midiático nos últimos meses. Tem sido interessante essa recente abordagem de Dan Harmon, que explorou o uso demagógico da bandeira homossexual no último episódio, e agora cria uma série de piadas sobre tratamento racial. A mais divertida delas, sem dúvidas, é o momento em que Elroy entra com um iPad grudado em uma vassoura e não recebe qualquer verificação na entrada da cerimônia e coroação de Willy como professor.


A outra trama principal de Laws of Robotics é igualmente bem estruturada. Nunca se deslocando excessivamente da outra história, o arco que envolve Britta, Abed e Annie se torna divertidíssimo por explorar o que cada um dos personagens tem de melhor. Aqui, vemos a insanidade de Abed tomar conta do episódio, em momentos particularmente memoráveis, como quando ele afirma que as pessoas “continuam festejando como se fosse hoje”, ou quando vemos um flashback da mudança de Annie para o apartamento (a “participação especial” de Troy é também particularmente cômica). Aliás, a fechadura “reversa” do quarto de Annie cria um daqueles momentos em que Community se revela particularmente prazerosa de assistir, retomando um acontecimento da terceira temporada da série.


E, claro, não se pode esquecer da cena que encerra Laws of Robotics. Unindo novamente todos os personagens, o diálogo se torna particularmente divertido por dar piadas a todos eles, com um destaque especial à prisão inusitada de Britta em um café. Mas, de novo, é Abed quem rouba a cena – e a conexão alheia – ao tomar conta de todos os robôs, repetindo, acompanhado do zelador, o lema dos Blorgons de Inspector Spacetime para finalizar o episódio.


Ao vermos um episódio como esse, não é difícil afirmar que, embora Community não quebre paradigmas como anteriormente, ainda seja uma boa comédia. Mais do que isso, ainda é capaz de nos fazer felizes por termos acompanhado a série desde seu início.





Por: Série Maníacos

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