Novidades:
Pesquisando...

Daredevil 1×12: The Ones We Leave Behind

Um herói quebrado, lutando para se reconstruir.

Desde o nono episódio de Demolidor que nosso vigilante mascarado está aos pedaços. Lutando todos os dias para recuperar aquilo que perdeu. Matt e nós, entramos na reta final da primeira temporada e com base em tudo o que vi, só poderá existir um resultado: Satisfação. Em um episódio de entendimento, mergulhamos nos pesadelos de cada personagem, enquanto assistimos ao desdobrar da chocante história de Ben Urich.

Karen está se portando conforme o esperado, mas até que bem melhor do que eu imaginei. Se a queda da personagem estiver a caminho, será o assassinato de Wesley o grande motivador, ou pelo menos o primeiro. Karen se dividiu entre a bebida e seus fantasmas. Na review anterior eu comentei a respeito dos problemas que a série enfrenta quando ela tenta apresentar algum risco para personagens que fazem parte do cânone do herói e que são fundamentais em algumas histórias. Karen e Ben dividiam o risco, mas eu nunca pensei que a série teria a coragem de eliminar um dos dois. Urich é muito importante para a saga do Diabo da Cozinha do Inferno, sua morte poderia ser justificada com uma simples explicação: A série foi pensada para durar apenas uma temporada. Mas como vocês bem viram, não é o caso do Demolidor, que deverá durar mais alguns bons anos nos braços carinhosos da Netflix.

Mas então, como lidar com a morte de alguém que ainda não estava preparado para tal? Sim, estou falando em termos de existência dentro do universo. Sejamos honestos, Ben teve um começo bem cambaleante, bem aquém do esperado para o intrépido jornalista, que já chegou a trabalhar com J. Jameson (Homem Aranha) e Jessica Jones. Fica a sensação de que a morte foi injusta, não apenas com o personagem, mas com a história que deveria existir para ele e que não aparecerá mais. Porém, se era isso que a série queria, despertar a insatisfação, parabéns, desafio concluído com sucesso. Dá um pouco de medo ao tentar imaginar o Demolidor sem Urich.

E o comportamento do Fisk? O homem pediu desculpas por ter menosprezado Ben antes de matá-lo, da forma mais cruel possível, com as próprias mãos. Mesmo que o repórter tenha confessado estar sozinho durante a visita, livrando Karen das suspeitas do assassinato do Wesley, a vulnerabilidade do Fisk só não foi maior, porque já tínhamos assistido sua queda quando Vanessa foi envenenada. O homem estava aos frangalhos e eu nem quero imaginar do que ele é capaz quando estiver de mau humor, já que neste episódio ele só estava #chateado.

Como eu já havia pontuado antes, o desenvolvimento de Wilson Fisk é simplesmente um dos melhores pontos de Demolidor. São poucas as séries que dedicam seu roteiro ao vilão, sem que abusem dos clichês e estereótipos. Wilson é duro, mas ao mesmo tempo tem uma ternura pouco compreensível. Ele realmente tinha Wesley como amigo e o choque de se ver sem o companheiro o transbordou na atuação do Vicent D’Onofrio. E ainda repito, não consigo entender as pessoas que não gostaram do personagem, ou da atuação. É tudo tão medido, o jeito monstruoso de falar, as explosões bipolares e a aparente calma que ele demonstra em alguns momentos. O Rei do Crime nunca foi um personagem explorado além das maquinações, agora ele tem uma alma, e é maravilhoso saber que a série está dedicando tempo e suor para nos entregar um vilão complicado. Teria sido muito fácil não mostrar o lado do Fisk, ficar limitado ao Matt Murdock e seu papel como vigilante, mas nós perderíamos tanto, que eu prefiro nem pensar na possibilidade.

Outra que merece elogios pela desenvoltura no papel é Deborah Ann Woll. Karen costumava apresentar um lado mais brilhante, cheio de vida e esperança. Mas seus momentos sombrios simplesmente me conquistaram. A bebedeira, o choque e o medo tomaram a atriz e eu comprei sim cada sentimento. Faltou um pouco mais de perspicácia por parte do Matt, que se tivesse forçado a barra só um pouquinho com a loira, teria as respostas que precisava. Entretanto, não é o momento. Creio que o trajeto da Karen será pavimentado por um emaranhado de problemas pequenos, que com certeza a levarão ao limite. E não tem nada mais arriscado do que um ser humano encurralado, especialmente um com tantos segredos e mistérios como Karen Page.

Lembram-se dos meus medos quanto a um triângulo amoroso envolvendo Karen, Foggy e Matt? Então, a série decidiu não seguir com essa abordagem, que já existiu nos quadrinhos. No lugar, vimos Foggy se enrolando com a mulher demônio de sapatos caros e um dos raros momentos em que Matt e Karen dividem um tempo um com o outro. Eu acho que depois do piloto, essa foi a segunda vez em que ambos conversaram e se conectaram a um nível sentimental. Inclusive, Matt cita Stick, de certa forma. Quer jeito mais sincero de demonstrar afeto do que trazer a imagem paterna para a discussão?

Já que citei o Foggy, olha, não sei vocês, mas eu achei que ele e a Marci fazem uma das melhores duplas “românticas” da série inteira. A pressão que Foggy faz na mulher é melhor ainda. Aquela fala, aparentemente debochada e sem muita pretensão, lá no primeiro encontro dos dois, bateu com força. E sim, era o que eu estava esperando. Passei alguns episódios desejando apenas uma coisa para os personagens secundários: Que eles encontrassem uma forma de conviver com a trama central, sem repetir tudo o que nós já sabíamos através dos olhos sentidos aguçados do Matt.

Concluindo, ‘The Ones We Leave Behind’ trabalha muito bem a antecipação antes do último episódio da série. Coloca Vanessa como uma verdadeira senhora Fisk, e impulsiona a importância e utilidade dos personagens coadjuvantes. Tudo isso enquanto prepara o protagonista para seu encontro derradeiro com o homem que é, sem sombra de dúvidas, o Rei do Crime da Cozinha do Inferno. Com a resposta de que Leland e Gao foram os  envenenadores, o golpe da nem um pouco inofensiva chinesa (?) e todo um simbolismo por trás das próximas produções da Marvel Netflix, eu estou muito mais do que satisfeito. E que venha o season finale.

Easter eggs e outras informações

- Na porta onde fica a folha de papel com o nome Nelson e Mudock é possível ver o nome Van Lunt, que já foi mencionado anteriormente na série. Ele é o vilão Taurus.

- Olha a Karen brincando com as “drogas pesadas”. Cuidado menina, você tem histórico. Para maiores informações: Demolidor #227.

- Antes da Marvel se tornar Marvel, ela era conhecida como Atlas Comics. E não é que fizeram uma pequena homenagem?

- Também seria interessante se os Investimentos Atlas tivesse alguma conexão com Marvel’s Agents of ATLAS. Mas, não aposte nessa possibilidade.

- Matt e Ben tiveram uma interação bem próxima a dos quadrinhos, quando Ben o pergunta sobre o estilo “boxeador” de falar do vigilante. Foi assim, juntando algumas peças que ele acabou descobrindo a identidade do Diabo da Cozinha do Inferno. Seria… né?

- Ao que tudo indica Madame Gao é da terra do Punho de Ferro, K’un L’un. Também existe a possibilidade de que ela seja a personagem “Crane Mother”, que nos quadrinhos tem conexão direta com o Davos/Serpente de Aço. Para quem está acompanhando as reviews, sabe que eu já citei Davos anteriormente, o seu símbolo é o que vemos nos papelotes de heroína traficados pela Gao.


Por: Série Maníacos

0 comentários:

Postar um comentário