Matando saudades para segurar a ansiedade.
Há pessoas que se importam com você, que podem te amar. Só precisa deixá-las se conectarem”
– Carter
Depois de Search and Destroy ter voltado a colocar fogo no pavio da guerra entre Machine e Samaritan, a inclusão de um episódio filler usualmente seria encarada como um banho de água fria nos fãs, os quais esperam ansiosamente pela sequência que culminará no desfecho da temporada. Contudo, graças à criatividade e habilidade dos produtores e roteiristas de POI, não foi o que aconteceu com Terra Incognita.
O episódio não foi daqueles no qual é necessário avaliar profundamente o caso da semana ou mesmo as tramas que se desenvolveram em paralelo. Esses pontos estiveram lá e talvez até possam ter alguma consequência para a sequência da temporada, porém o que definitivamente valeu a pena em Terra Incognita (como não poderia deixar de ser) foi podermos matar um pouco a saudade de Carter, a quem perdemos de maneira tão cruel e inesperada no fatídico episódio 3×09, The Crossing. Ao trazer a personagem para uma participação especial a esta altura, os produtores mostraram respeito aos fãs e deram a eles uma oportunidade de se despedirem melhor da detetive, além é claro de construírem uma boa história para postergar um pouco mais o desfecho da temporada.
Em virtude de entrevistas dadas tanto pelos produtores como também por Taraji P. Henson após a morte da personagem, o retorno de Carter à série para uma participação especial já era esperado e não constituiu uma surpresa tão grande. No entanto, para que isso pudesse ser possível, a única opção aparentemente viável era o aparecimento da personagem em algum flashback, tendo em vista que qualquer outra situação poderia tornar-se inverossímil. Contudo, POI mais uma vez surpreendeu e, desta forma, conseguiu que a aparição da personagem trouxesse uma boa surpresa para o desfecho do episódio, fazendo com que o flashback de uma antiga vigilância realizada por John e Carter se misturasse à realidade atual como uma alucinação de um Reese ferido e correndo sérios riscos de vida. A mistura foi feita de maneira perfeita, sendo que mesmo com algumas dicas tendo sido deixadas ao longo de Terra Incognita, só foi possível desconfiar de que John estivesse alucinando momentos antes do episódio nos revelar. Olhando para trás, é possível notar que as primeiras pistas dadas pelo roteiro (além da cena em que John é baleado) foram os constantes aumentos de temperatura que Reese fazia no termostato, porém para quem estava prestando bastante atenção, o sinal de alerta foi realmente ligado quando Carter diz a John que a versão da história que ele contava poderia enganar a psicóloga dele, mas não ela.
E no final toda culpa é de Reese e sua mania de querer se isolar e resolver tudo sozinho. O episódio também foi importante para tratar esse probleminha na personalidade de John e quem sabe abrir novas possibilidades ao destino do personagem no futuro da série, visto que graças a essa mania de isolamento foi por pouco que ele não acaba derrotado por um criminoso de meia pataca de quem ninguém se lembraria no futuro da série. Mas o que talvez possa influenciar mais em uma alteração no comportamento de John é o diálogo travado com Carter em sua própria mente, afinal, ainda que os puxões de orelha sobre a mania de isolamento tenham vindo da detetive, eles na verdade fazem parte de conclusões formadas pelo próprio subconsciente de Reese, o qual mostra sinais de querer mudar de atitude (mais um ponto para o sucesso do relacionamento com a Dra. Campbell).
Do restante do episódio não há muito para se comentar, exceto que as poucas cenas que não estiveram relacionadas com o caso da semana serviram para dar ao espectador uma satisfação sobre como estão os plots principais da temporada. Assim, apesar de toda a graça da cena, termos Root vestida de noiva buscando descobrir o paradeiro da Machine foi apenas a maneira encontrada pela série para poder dar continuidade aos acontecimentos de Search and Destroy e mostrar que o Team não está de braços cruzados enquanto o Samaritan tenta localizar a Machine. Da mesma forma, o confronto entre membros da Brotherhood e o capanga de Elias, ainda que tenha ocorrido sem premeditação, também serviu para manter viva a chama da disputa Elias x Dominic, o que indica que ao contrário do que muitos de nós imaginávamos, POI deverá abordar os dois plots principais da temporada nos episódios finais. Assim sendo, segurem-se, porque certamente não teremos tempo para respirar daqui para frente!
Observações
- Gostei de o episódio ter aproveitado um retorno de Carter para tratar uma evolução na personalidade de John, até porque isso ajuda a tornar mais crível o relacionamento dele com a Dra. Campbell. A única ressalva que faço é que teria sido melhor para a temporada que esse episódio tivesse sido exibido antes dos personagens iniciarem o relacionamento, visto que o início deste foi muito repentino e difícil de engolir.
- Ainda bem que Finch ficou com a pulga atrás da orelha e foi tratar de tentar localizar Reese. Será que nós viremos a saber se foi ele ou Lionel que chegou para resgatar John? Além disso, não sei se nos será revelado, mas é provável que o POI da semana tenha sobrevivido, visto que ele tinha 8 horas até que os remédios completassem o serviço – tempo este que parece não ter passado.
- Como estará a situação de John para os próximos episódios? Que hora ele foi escolher pra se descuidar e ser baleado!
- Pelas reclamações de Finch sobre Bear, a vigilância realizada por Reese e Carter deve ter ocorrido não muito tempo após John ter “adquirido” Bear. Isso nos leva perto do final da 1ª temporada.
- Preparem-se: Jonathan Nolan falou em entrevista que os dois últimos episódios serão um banho de sangue e que ele teve que fazer várias ligações para atores comunicando que seus personagens deixariam a série. Assim, é hora de apostar! As minhas apostas são: Martine, Control, Senador Garrison e Dominic (esses tenho mais fé), além de outras que acho bastante possíveis: Elias, Claire Mahoney, Harper e, infelizmente, Root. E vocês, quem acham que deverá morrer?
Frases
- “Se quer que ele pare de comer os livros, pare de comprá-los com capa de couro.” (John para Finch)
- “Sou da Homicídios, John. Geralmente, se passa um tempo comigo, é porque já está morto.” (Carter para John)
- “Não compre aquele liquidificador para mim ainda, Harry.” (Root para Finch)
- “Não há relatórios ao se trabalhar comigo e Finch.” (John para Carter)
- “Há dois tipos de amigos, aqueles com quem você fala sobre o jogo e os com quem compartilha sua vida. As histórias verdadeiras. Você que decide qual dos dois eu serei.” (Carter para John)
- “Você pode enganar sua psicóloga com essa versão.” (Carter para John)
Diálogo 1 (John e Carter)
J: “Você está certa.. Eu não deixo as pessoas se envolverem. Não foi por isso que não falei para ninguém do caso. Eu queria encerrar esse por conta própria. Sozinho.”
C: “Por quê?”
J: “Era uma chance de estar próximo de você de novo. E eu não queria dividir isso com ninguém.”
Diálogo 2 (John e Carter)
J: “Eu queria que tivéssemos tido mais tempo.”
C: “Isso é algo que nunca teremos o bastante.”
Por: Série Maníacos
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